quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Agência vigiou islâmicos em sites pornô: Segundo papéis da americana NSA, pesquisa buscava 'pôr em dúvida a devoção de radicais à causa jihadista'

Os seis monitorados não foram acusados de envolvimento em planos terroristas,de acordo com a agência
DE SÃO PAULO
A NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) teria usado dados de monitoramento de acesso a pornografia para tentar afetar a credibilidade de "adversários" do país, em especial de radicais islâmicos.
A informação foi publicada ontem pelo jornalista Glenn Greenwald e outros dois repórteres no site "Huffington Post".
Com base em documentos obtidos pelo ex-prestador de serviços da NSA Edward Snowden, a reportagem diz que a agência também utilizava conversas com mulheres mais novas, linguagem vulgar e outros dados para desabonar alguns potenciais terroristas.
Um dos papéis diz que "algumas das vulnerabilidades, se expostas, poderiam pôr em dúvida a devoção de radicais à causa jihadista". As informações foram apresentadas aos funcionários da agência em um documento de outubro de 2012, em que seis pessoas são analisadas.
Os indivíduos vigiados não tiveram seus nomes revelados, mas eram mostrados como exemplo de "comportamentos públicos e privados inconsistentes".
Segundo o documento, os seis monitorados não foram diretamente acusados de envolvimento em planos terroristas. A agência afirma que, dentre eles, há um para o qual é usada a expressão "U.S. Person", que pode indicar um cidadão americano ou residente permanente.
Outro alvo era um estrangeiro que a NSA descreve como um "acadêmico respeitado", que havia afirmado ser "justificável" a ação de grupos extremistas.
O documento não indica como foi feito o plano de descrédito a esses seis indivíduos. Tampouco há informações sobre se a espionagem teria atingido pessoas não relacionadas ao terrorismo.
Fonte: Folha, 28.11.2013.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A coleta de informações e seu paradoxo

Por SOMINI SENGUPTA
SAN FRANCISCO - A confiança dos consumidores é uma moeda vital para toda grande empresa na internet, fato que ajuda a explicar por que os gigantes do Vale do Silício se dão ao trabalho de mostrar que estão resistindo bravamente ao monitoramento por parte do governo.
As empresas já lançaram comunicados cáusticos sobre o assunto e estão divulgando relatórios que enumeram quantas vezes órgãos policiais pediram dados sobre usuários. Várias delas, como Facebook e Google, moveram ações na Justiça para poder revelar mais sobre ordens governamentais secretas.
Ao mesmo tempo, porém, está ficando mais e mais difícil ocultar uma contradição central. O setor da internet acumulou um tesouro de dados pessoais para agências governamentais garimparem. Nas palavras do economista comportamental Alessandro Acquisti, ela construiu "a estrutura concreta da espionagem eletrônica".
Cinco meses depois de o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward J. Snowden ter levado a público documentos que detalham a espionagem feita pela agência, o setor da internet apenas aguçou seus esforços para rastrear usuários, algo que vê como essencial para sua rentabilidade. A publicidade seletiva, baseada no comportamento dos internautas, é a principal fonte de renda de uma multidão de empresas on-line.
O Google anunciou recentemente planos para usar nomes, fotos e posts de usuários para promover produtos em anúncios na web. O Facebook ampliou suas buscas e fez com que fique mais difícil o usuário se esconder de desconhecidos. Redes de publicidade digital estão desenvolvendo maneiras novas e sofisticadas de rastrear consumidores. O Twitter formou uma parceria com uma empresa que monitora se anúncios no microblog afetam o que as pessoas compram off-line.
É claro que existe uma diferença entre monitoramento governamental e rastreamento comercial.
Executivos do setor dizem que a distinção fundamental é que as empresas que atuam na web não têm o poder de processar ninguém, como podem fazer os órgãos policiais. Em vez disso, disse o capitalista de investimentos Michael Moritz, o setor está tentando descobrir os gostos e as preferências dos usuários.
"Se você for ao cerne dessas companhias, verá pessoas que procuram garantir que seus produtos e serviços tenham a maior utilidade possível para os consumidores", disse.
Espere aí, retrucam os críticos. A coleta de dados para fins comerciais encerra seus próprios perigos. Posts feitos no Twitter ou no Facebook podem afetar o ingresso em faculdades ou as perspectivas de emprego das pessoas. A própria coleta de dados cria um imenso banco de informações que pode ser garimpado pelos órgãos de inteligência.
Desde que começaram os vazamentos de informações sobre a NSA, várias companhias divulgaram relatórios revelando a frequência com que governos do mundo afora buscam dados sobre usuários. Os próprios números são reveladores: o Facebook recebeu pedidos ligados a mais de 20 mil contas no primeiro semestre de 2013, a Microsoft a mais de 31 mil contas e o Yahoo! a mais de 40 mil contas.
Facebook, Google, LinkedIn, Microsoft e Yahoo! moveram ações num tribunal secreto dos EUA pedindo permissão para revelar os pedidos de dados pelas leis de segurança nacional.
As empresas querem mostrar que os pedidos afetam uma parcela relativamente pequena de seus usuários.
"A resposta do governo foi: 'Não se preocupem, não estamos espionando americanos'", disse Mark Zuckerberg, presidente do Facebook e crítico do programa da NSA.
"Maravilha, isso é realmente útil para empresas que querem servir a pessoas em todo o mundo. Isso vai realmente inspirar confiança nas empresas americanas que atuam na internet."
Fonte: NYT

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Snowden, o Soljenítsin da atualidade

Revelações do ex-consultor da CIA o aproximam do famoso escritor dissidente russo.
A entrevista que Snowden deu ao “New York Times”, explicando suas ações e negando os rumores sobre o repasse de informações secretas dos EUA a espiões chineses e russos, chegou tarde demais. Foi publicada meses depois do pico da histeria em torno de Snowden, que culminou neste verão em um pouso forçado do avião do presidente boliviano. Da mesma forma, o retorno de Soljenítsin para a Rússia em 1994, vinte anos após o seu exílio da União Soviética em 1974, foi visto por muitos como um retorno tardio – se ao menos ele tivesse voltado entre 1989 e 1991, quando as grandes mudanças políticas ocorriam na Rússia devido à queda da União Soviética.
Na entrevista ao NYT, Snowden explicou que não considerava sua ação como antiamericana e que não carregava consigo quaisquer documentos confidenciais após a divulgação da informação sobre os programas de vigilância da NSA aos jornalistas em Hong Kong. Ele também se defendeu contra as acusações de trabalhar para os serviços de inteligência chineses ou russos, afirmando ter cautelosamente protegido dados sigilosos dos agentes chineses. Snowden também relatou na entrevista que o NSA estava ciente de que ele não revelara nenhum segredo aos chineses.
Para a reputação de Snowden, essas explicações vieram tarde demais. Durante vários meses, as autoridades norte-americanas organizaram uma campanha agressiva contra Snowden, chamando-o de traidor e insinuando o possível interesse material que ele estaria buscando ao fazer tais revelações em Hong Kong e na Rússia. Soljenítsin também foi muito descuidado em termos de marketing pessoal: em vez de se proteger contra as acusações de traição, feitas pelas autoridades soviéticas, ele sempre falava sobre os problemas globais da Rússia e do mundo em geral e nunca revelava detalhes de sua vida pessoal.
A diferença entre Soljenítsin e Snowden está na forma, e não na substância. Nos anos 1950 e 1960, quando Soljenítsin escreveu seus melhores livros, as pessoas ainda liam romances epistolares, com cartas escritas por um autor de ficção. Nos tempos de Snowden, o povo prefere a realidade crua: e-mails de verdade vazaram na internet. É assim que as coisas acontecem hoje em dia, e o movimento dos gêneros literários é agora mais rápido do que em qualquer outro período da história humana.
Por outro lado, a principal semelhança foi a reação das autoridades. Tanto as autoridades soviéticas, em 1970, quanto as americanas, em 2013, não negaram a veracidade das revelações. Em vez disso, apenas disseram nos dois casos que os autores estavam apresentando fenômenos atípicos como sendo típicos.
Leonid Brejnev, líder soviético da década de 1970, não podia negar a existência dos campos de concentração de Stálin que Soljenítsin descreveu em seus romances. De um modo geral, o KGB estaria apenas nos protegendo dos espiões estrangeiros. Igualmente, os defensores do NSA nos EUA disseram que o PRISM estava somente mirando terroristas. Assim, foram pedidas desculpas aos cidadãos pacíficos que, por vezes, acabaram tendo suas conversas interceptadas, mesmo que os “erros individuais” fossem poucos – assim como na revelação de Soljenítsin sobre o “arquipélago” de campos de trabalho forçado.
Tanto Soljenítsin como Snowden foram acusados ​​por alguns de seus compatriotas de revelar suas descobertas a estrangeiros, e não aos próprios oficiais internos. Vários deputados lamentaram que Snowden “não tivesse usado o caminho do Congresso”, por exemplo.
Por isso, Soljenítsin foi acusado pelas autoridades soviéticas de se comportar como um espião estrangeiro. As pessoas que o ajudaram a transportar os manuscritos de suas novelas no exterior tiveram problemas com o KGB, assim como as autoridades americanas e britânicas pressionaram o jornalista do “The Guardian” que levou a mensagem de Snowden ao mundo inteiro.
19/11/2013 Dmítri Babitch, especial para Gazeta Russa
 Dmítri Babitch é analista político da estação de rádio Voz da Rússia.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ministro quer acordo sobre nacionalização dos centros de dados

Paulo Bernardo afirma que governo federal está aberto a discutir alternativas para reduzir o custo da medida
Ministro ridiculariza argumento de que necessidade de definir algoritmos dificulta criação de novos centros
JÚLIA BORBADE BRASÍLIA
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse ontem que a proposta do governo sobre datacenters --defendida no Marco Civil da Internet, em tramitação no Congresso-- pode ser negociada com as empresas do setor, caso a dificuldade da implementação seja apenas financeira.
A medida obriga que grandes empresas de internet mantenham no país uma estrutura de armazenamento de dados de seus usuários. Para isso, essas companhias teriam de replicar no Brasil uma estrutura de armazenamento semelhante às que elas mantêm em outros países, como os Estados Unidos.
"Temos de discutir o seguinte: qual o problema de fazer o armazenamento aqui? É custo? Então aí é razoável. Temos de discutir. Não queremos imputar custos altos às empresas", disse Bernardo.
"O governo já abriu mão de tributos federais, por exemplo, que não poderão incidir sobre equipamentos ou sobre a construção dos datacenters", explicou o ministro.
Caso essa medida não seja suficiente para que as empresas possam arcar com a obrigação, o governo estaria "plenamente aberto" a discutir outras formas de tornar a obrigação menos onerosa.
Ele destacou que a justificativa usada pelas empresas para a não implantação é outra: a localização para implantar os datacenters depende de definição de algoritmos criados por engenheiros dessas empresas. "Isso é uma gozação", afirmou Bernardo.
Para ele, "era de se esperar" que essas empresas não apoiassem a proposta do governo, mas não há justificativas técnicas para impedir que ela seja colocada em prática.
O ministro das Comunicações diz crer que um entendimento na Câmara para viabilizar a votação do Marco Civil deve ocorrer nos próximos dias. Depois disso, o projeto segue para o Senado.
"Se houver uma coisa completamente fora do que achamos razoável, o governo pode, eventualmente, vetar. Normalmente o que o governo faz é negociar e depois acatar o que foi decidido pelo Congresso", disse.
Paulo Bernardo também comentou que, se fosse deputado, diria que a votação já deveria ter ocorrido: "Para nós o texto está pronto para ser votado, mas respeitamos o ritmo do Congresso. Estamos interagindo e discutindo. Achamos que é normal que haja conflito. Os parlamentares tentam fazer uma mediação de posições".
Sobre a neutralidade de rede --princípio segundo o qual o usuário pode acessar, no limite do pacote de dados contratados, o site ou serviço que quiser--, o ministro disse que as operadoras podem até convencer os deputados e fazer com que o texto fique mais próximo de seus objetivos.
Mas, para o governo, a posição sobre a neutralidade permanece a mesma desde o primeiro projeto encaminhado ao Congresso e não existe qualquer tratativa com essas empresas.
Fonte: Folha, 19.11.13.
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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Marco Civil I - Quem paga a neutralidade - FERNANDO RODRIGUES

BRASÍLIA - O projeto do Marco Civil da Internet emperrou muito por causa da chamada neutralidade da rede. Fornecedores de acesso (as telefônicas) querem cobrar mais de quem passa o dia assistindo a vídeos, baixando músicas ou falando em serviços de voz como o Skype.
O governo e muitos ativistas argumentam que esse conceito mataria a ideia geral de horizontalidade democrática da internet. Sufocaria a criatividade inerente à rede.
Nem tudo é claro ou escuro nesse debate. Há uma grande área cinza no meio. Os serviços de internet não são uma benemerência divina. Empresas privadas exploram o negócio para ganhar dinheiro, algo legítimo num sistema de livre mercado.
Tome-se o caso dos agora já quase obsoletos telefones fixos. As telefônicas não podem degradar a qualidade de som de quem conversa com Barack Obama ou Vladimir Putin. Ou, no Brasil, de quem resolver telefonar para Lula ou FHC. Mas uma coisa é certa: quem fizer mais ligações pagará de acordo com o uso. É muito justo.
No caso da internet, há dois pontos a serem considerados e respondidos: 1) o provedor de acesso pode degradar a velocidade de conexão, não importando se o consumidor assiste a um vídeo ou só lê e-mails?; 2) as empresas podem cobrar mais de quem deseja assistir a filmes e baixar músicas de maneira ilimitada em relação a quem apenas lê notícias e mensagens de sua caixa de correio eletrônico?
Se a resposta for "não" a ambas as perguntas, só uma "Internetbras" resolveria (sic) o problema. O texto do Marco Civil é ambíguo a respeito. Não define modelos de negócios. Não está claro se a neutralidade da rede comporta também a venda de produtos com qualidade e preços diferentes --independentemente do tipo do conteúdo, mas em razão do volume de dados acessados. Esse é o ponto. Ocorre que muitos no governo não sabem como tratar o tema quando apresentado dessa forma.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

GCHQ - Quartel General de Comunicações britânico

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NSA - Esqueleto para combater o terrorismo e obter vantagens diplomáticas (França /Alemanha) e Econômicas (Brasil, China e Japão)

Criação: 1952;
Missão: Responder perguntas sobre atividades ameaçadoras que outros pretendem manter ocultas"

Objetivo: Dominar totalmente a inteligência estrangeira transmitida em redes de comunicações;

Relação com as empresas de Tecnologia: Convencimento, sigilo e força jurídica (Instalar filtros, contruir "portas dos fundos" em seus softwares e chaves para quebra de criptografia;

Apelido da espionagem: Inteligência de Sinais (Sigint)

Sede: Maryland (incluindo antenas em Fort Meade que monitora transações bancárias mundiais);

Filiais: Geórgia, Texas, Colorado, Havaí, Alaska, Washington e Utah
Estações no Exterior: Inglaterra, Asutrália, Coréia do Sul, Japão, bases militares (incluindo navios da marinha que captam transmissões de rádio ao navegar ao largo da China) e embaixadas e consulados (instalação de antenas em telhados de mais de 80 representações ao redor do mundo para o Serviço de Coleta Especial);

Operações: Cabos de fibra ótica, Centros Telefônicos, Hubs de internet, invasão de notebooks e plantas de bugs em smarthphones em nível doméstico e global (Operações de Acesso Personalisado/TAO: Rouba dados e insere software espião);

Dishfire: base de dados para mensagens de textos;

Tracfin: base de dados para compras de cartão de crédito;

Técnicas: Polarbrise (Brisa Polar, monitorar computadores próximos), Snacks (Serviço de Conhecimento em Colaboração de Análise de Rede Social, monitora hierarquias pessoais e de organizações);

Cooperação: 1) Cinco Olhos: Singnt dos Eua, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia; 2) Nove Olhos; 14 Olhos e Nacsi (Otan);

Imã de dados - A organização da espionagem da NSA


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